*Wálleri Reis
Olá farmacêuticos! Todos sabemos que a hipertensão é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, e que seu manejo é uma questão delicada.
Recentemente vivenciamos uma mudança importante, a tendência de uma meta de pressão mais baixa para aqueles pacientes que toleram. Portanto, atenção aos seus pacientes, nada de aceitar “minha pressão boa é 15/9”. O paciente precisa ser conscientizado de que a pressão mais baixa – lembrando que a meta global é 140/90, entretanto com o adendo, que para aqueles pacientes que toleram, uma pressão menor, como os tão conhecidos 120/80 -, parece estar associada a melhores desfechos clínicos.
Outras descobertas recentes, que merecem menção, provêm do estudo nacional PREVER, coordenado pelos professores da Faculdade de Medicina da UFRGS, Sandra e Flávio Fuchs. Segundo a pesquisa tratar precocemente pacientes com a pressão alterada, ainda naqueles casos de pré-hipertensão, com uma pressão entre 120/80 e 140/90, reduz drasticamente o risco de desenvolver a condição no futuro.
Assim, ampliamos nossos horizontes com foco para prevenção. Outra descoberta importante desse estudo diz respeito ao tratamento, salientando a eficiência dos diuréticos, quando comparados com a losartana – a cloritalidona e a amilorida – e incorporando o conceito de combinação de diuréticos para melhores resultados terapêuticos (“Estudo Prever – Hipertensão Arterial – Visitantes e Participantes”, [s.d.]; FUCHS et al., 2011a, 2011b). Legal né?
Ainda falando de hipertensão, vale mencionar as “polipílulas”, ou seja, a combinação de vários medicamentos em um único comprimido. Elas facilitam a adesão, e recentemente, um pequeno ensaio clínico randomizado, mostrou que a combinação de quatro anti-hipertensivos, com doses pequenas (um quarto da dose usual) podem levar a uma redução significativa da pressão, com risco reduzido de eventos adversos (risco equivalente ao placebo) (CHOW et al., 2017).
Lembrando da atuação do farmacêutico, diariamente são publicados estudos relacionados à importância da adesão terapêutica, e destacando estratégias para aprimorá-la (FERDINAND et al., 2017). Como está a sua prática, farmacêutico?
Abaixo seguem as referências que valem leitura:
CHOW, C. K. et al. Quarter-dose quadruple combination therapy for initial treatment of hypertension: placebo-controlled, crossover, randomised trial and systematic review. The Lancet, fev. 2017.
Estudo Prever – Hipertensão Arterial – Visitantes e Participantes. Disponível em: http://www.estudoprever.com.br/home_partc.php?flag=2. Acesso em: 24 fev. 2017.
FERDINAND, K. C. et al. Improving Medication Adherence in Cardiometabolic Disease. Journal of the American College of Cardiology, v. 69, n. 4, 2017.
FUCHS, F. D. et al. Prevention of hypertension in patients with pre-hypertension: protocol for the PREVER-prevention trial. Trials, v. 12, n. 1, p. 65, 5 dez. 2011a.
FUCHS, F. D. et al. A comparison between diuretics and angiotensin-receptor blocker agents in patients with stage I hypertension (PREVER-treatment trial): study protocol for a randomized double-blind controlled trial. Trials, v. 12, n. 1, p. 53, 24 dez. 2011b.
*Wálleri Reis é farmacêutica, mestre em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Paraná, especialista pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar (HC-UFPR), farmacêutica do Ambulatório de Atenção Farmacêutica do Hospital de Clínicas da UFPR, doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela UFPR
Texto reproduzido de farmaceuticoclinico.com.br
Enviado por Assistência Farmacêutica Avançada – Abrafarma
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