Com a chegada das férias, a solicitação de indicação e/ou prescrição de medicamentos para viagens é um motivo comum de procura nas farmácias. Afinal, os atendimentos médico-hospitalares encabeçam a lista das sinistralidades mais frequentes em viagens. Além disso, entre os problemas mais comuns enfrentados pelos turistas estão as indisposições intestinais – ocasionadas pela mudança de rotina alimentar –, febres e indisposição em função dos impactos climáticos.
Para evitar tais contratempos durante as férias, os viajantes recorrem à famosa “farmacinha”, mas sempre ficam na dúvida sobre o que realmente é necessário comprar. “Nesse caso, a lista deve contemplar medicamentos que resolvam as afecções mais comuns associadas à mudança de hábitos, clima e rotina inerentes a uma viagem”, esclarece Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma.
Segundo o especialista, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos para uma indicação racional:
- Para onde é a viagem? De maneira geral, mudanças climáticas importantes podem predispor a vulnerabilidade imunológica e infecções virais
- Qual a idade das pessoas que irão viajar? Crianças apresentam maior risco de infecções virais. Já os adultos normalmente apresentam afecções ligadas à mudança de hábitos alimentares, tais como dispepsia ou condições gastrointestinais
- Qual o motivo da viagem? Viagens de férias normalmente estão associadas a exageros, no que tange ao aspecto alimentar e ao consumo de bebidas alcoólicas
- Qual o período da viagem? Viagens longas geralmente predizem a necessidade de medicamentos para condições comuns, como dor, dispepsia, má digestão e náusea
- Quais as afeções que o(s) viajante(s) costuma(m) ter? Pacientes específicos apresentam predisposições características para determinadas patologias. Isso normalmente depende de características genéticas, anatômicas e ambientais. Assim, um paciente que normalmente tem sinusite, dor de garganta ou alergia apresenta uma elevada chance de desenvolver a condição em viagem longa, associada a fatores estressantes, sejam físicos, psicológicos ou alimentares
Fonte: Correr, CJ; Reis, W.C. Manual 6: autocuidado. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016. 136 p.