Em pacientes com sangramentos nasais crônicos, a utilização nasal de soro fisiológico, duas vezes por dia, parece ter o mesmo efeito que medicamentos consagrados para o tratamento da telangiectasia hemorrágica hereditária (HHT), segundo estudo publicado no JAMA1. A epistaxe é o principal fator que afeta negativamente a qualidade de vida em pacientes com telangiectasia hemorrágica hereditária (também conhecida como doença de Osler-Weber-Rendu). O tratamento ideal para epistaxe relacionados com HHT ainda é incerto. Irrigação nasal e sprays medicamentos, como ácido tranexâmico e bevacizumabe, representam alternativas de cuidado.
A fim de avaliar se a terapia tópica com três com diferentes mecanismos de ação seria eficaz na redução epistaxe relacionados-HHT, foi conduzido um ensaio clínico por pesquisadores americanos. Para tal, um total de 121 pessoas foram aleatoriamente designadas para receber bevacizumabe, estriol, ácido tranexâmico ou um spray nasal salino (placebo) para esguichar em seu nariz duas vezes por dia durante 12 semanas. Os participantes foram orientados a registrar o número, o tempo de duração e o tipo dos sangramentos nasais. Tanto no início como no final do período de tratamento, os participantes receberam uma pontuação de 0 e 10 com base nas suas respostas (sendo 10 a mais grave).
No início do estudo o número médio de hemorragias nasais por semana experimentadas pelos participantes foi de sete. Durante o período de 12 semanas, o escore de gravidade da maioria dos participantes caiu de 5-6 para 3-4, independentemente de terem sido randomizados para receber um dos três medicamentos ou o spray de soro fisiológico. Também não houve diferença significativa entre qualquer um dos tratamentos com medicamentos e soro fisiológico na duração ou frequência dos sangramentos nasais.
Após 12 semanas de tratamento, o número médio semanal de episódios de sangramento nasal foi de 7,0 para o grupo bevacizumabe, 8,0 para estriol, 7,5 para ácido tranexâmico, e 8,0 para solução salina. Nos pacientes com HHT, não houve diferenças significativas entre os grupos na utilização de tratamento intranasal tópico com bevacizumabe, estriol, ácido tranexâmico e placebo na frequência de epistaxe.
Referências
Texto reproduzido de farmaceuticoclinico.com.br
*Wálleri Reis é farmacêutica, mestre em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Paraná e especialista pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar (HC-UFPR). É coautora dos manuais de serviços farmacêuticos da Abrafarma.