Existem em torno de 100 mil farmacêuticos atuando em farmácias e drogarias no Brasil. Cada um registra cerca de dez solicitações diárias de recomendação de tratamento para sinais e sintomas relatados pelos pacientes. São milhões de atendimentos todos os meses, que estão entre as mais desafiadoras atribuições desse profissional. A prescrição farmacêutica tem base legal amparada na Resolução 586/ 2013 do Conselho Federal de Farmácia, mas exige atenção plena a determinados quesitos.
Para Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma, a prescrição farmacêutica é indicada para casos de baixa gravidade, tais como gripes, resfriados, má digestão, constipação intestinal, dor muscular, alguns problemas de pele, dificuldade para dormir, entre outras situações. “Mas é preciso, primeiramente, que o farmacêutico realize uma boa anamnese do paciente, uma vez que existem situações em que realmente é necessário encaminhar o paciente ao médico”, avalia.
Caso haja necessidade de prescrever algum tratamento, o fundamental é que sejam medicamentos isentos de prescrição (MIPs). Também podem ser indicados suplementos alimentares, dermocosméticos, nutricosméticos e fórmulas magistrais, desde que sejam substâncias que não exijam receita médica. “O farmacêutico também deve tomar o máximo cuidado com a redação clara. Outro ponto importante é acompanhar o resultado do tratamento, o que inclui agendamento de retorno ou até mesmo contato com o paciente alguns dias depois para saber se houve melhora dos sintomas”, comenta.
“Apesar dos evidentes benefícios da prescrição para reter clientes, o serviço ainda pode ser muito mais explorado pelos farmacêuticos e difundido pelas redes de farmácias”, finaliza.