Os serviços clínicos já são ofertados por quase 72% dos farmacêuticos no país, segundo pesquisa da Abrafarma e da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC) com 2.440 profissionais de grandes redes e farmácias independentes, entre os meses de junho e julho de 2019. Mas como assegurar que a precificação desses serviços contribua para potencializar a receita das farmácias? Cassyano Correr, coordenador do programa Assistência Farmacêutica Avançada e diretor da plataforma Clinicarx, enumerou quatro passos para cumprir essa tarefa.
Passo 1: O primeiro item a ser analisado é o custo do tempo de atendimento do farmacêutico junto ao cliente. Para isso, é preciso considerar o salário e os encargos trabalhistas, como FGTS, 13º salário, férias, e ganhos adicionais, como plano de saúde, vale transporte, vale alimentação/refeição e gratificações. Geralmente, essa despesa gira em torno de 1,8 a 2 vezes o salário-base, o que perfaz aproximadamente um custo-hora de R$ 36 pelo atendimento ao usuário das salas clínicas.
Passo 2: A prestação de serviços farmacêuticos consome insumos, como tiras de glicemia, seringas e agulhas, álcool gel, algodão e esparadrapo, que geram um custo variável mensal. Para calcular esse custo, o ideal é listar os itens de consumo, seu valor unitário, a despesa mensal de cada produto, além de gastos mensais e anuais.
Passo 3: Calcule o investimento feito em móveis e equipamentos para o atendimento dos clientes, ponderando a vida útil e a depreciação dos bens. A soma desses investimentos, dividida por 12 meses, resultará no custo mensal aproximado.
Passo 4: Deve-se avaliar também os custos fixos mensais da farmácia, como aluguel, luz, água, internet, telefone e IPTU. Para chegar ao resultado, basta pegar a despesa fixa total da loja e dividi-la pela metragem quadrada total do local. Feito isso, calcule o proporcional considerando a área da sala de serviços farmacêuticos.
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