Agendar retorno e iniciar um trabalho de acompanhamento é especialmente importante em pacientes com diagnóstico estabelecido de hipertensão e que estão com a pressão arterial não controlada. “Se o paciente é um hipertenso não controlado, o acompanhamento pelo farmacêutico será mais importante quanto maior for o risco cardiovascular global. Pacientes com risco alto ou muito alto devem ter prioridade de acompanhamento”, ressalta Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma e professor do curso de pós-graduação presencial da entidade.
“Na prática, o acompanhamento consiste na somatória de diversas consultas ao longo do tempo”, explica o coordenador. Várias consultas curtas durante um ano podem ser muito mais efetivas para uma farmacoterapia ideal do que consultas longas e improdutivas, realizadas duas ou três vezes no mesmo período. Em todas as consultas, o farmacêutico deve entregar uma declaração de serviço ao paciente, com as orientações e ações pactuadas em comum acordo.
“As metas terapêuticas devem ser baseadas nas recomendações das diretrizes clínicas e ser compartilhadas com o paciente e o médico. Isto é, o paciente precisa saber claramente o que não está bem, quais são os resultados desejados e os fatores de risco controlados ou monitorados”, explica o coordenador. O foco do acompanhamento é garantir que o tratamento seja efetivo e seguro. O paciente deve ser monitorado até que atinja as metas terapêuticas definidas, seja capaz de aderir ao tratamento e realizar o autocuidado. Nesses casos, pode-se considerar o espaçamento cada vez maior das consultas com o farmacêutico, ou mesmo a alta do serviço.
Fonte: Correr, CJ; Reis, W.C. Manual 1: hipertensão em dia. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016. 104 p.