A prescrição farmacêutica vem se tornando uma realidade no Brasil. Apesar das inúmeras investidas contrárias, a resolução 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia continua vigente em todo o território nacional. Mas, como funciona em outros países do mundo? Nos Estados Unidos, a autonomia para prescrições farmacêuticas é comumente gerenciada por meio de acordos colaborativos, com programas de gestão de terapia medicamentosa, que permitem que os farmacêuticos iniciem, modifiquem ou descontinuem a terapêutica medicamentosa.
Farmacêuticos qualificados em todo o país, exceto em três estados (Alabama, Delaware e Carolina do Sul), têm autonomia para prescrição, de acordo com uma revisão das leis de prática colaborativa por estado, publicada em 15 de setembro de 2016. A prescrição farmacêutica tem sido amplamente difundida nos EUA. Farmacêuticos no Novo México, por exemplo, têm autoridade para prescrição há mais de duas décadas, e solicitações de reembolso para o plano de saúde são práticas rotineiras para esses profissionais.
Os farmacêuticos do Novo México podem optar por se submeter a um processo rigoroso, pós-licenciatura, para ganhar direitos de prescrição. Aqueles que têm sucesso são reconhecidos oficialmente como farmacêuticos clínicos. O processo inclui um curso de anamnese de 60 horas em farmácias aprovadas, seguido de 150 horas de prática supervisionada, incluindo pelo menos 300 consultas durante o treinamento, sob a monitoria de um farmacêutico prescritor. Todas as prescrições são realizadas dentro de um escopo de prática definido.
Referências
ASHP. Medicare Data Highlight Extent of Pharmacists’ Prescribing. Disponível em: http://www.ashp.org/menu/News/PharmacyNews/NewsArticle.aspx?id=4372
Texto reproduzido de farmaceuticoclinico.com.br
*Wálleri Reis é farmacêutica, mestre em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Paraná e especialista pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar (HC-UFPR). É coautora dos manuais de serviços farmacêuticos da Abrafarma.