Ao contrário dos Estados Unidos e de alguns países da Europa, onde os medicamentos são custeados pelo plano de saúde ou subsidiados pelo governo, a população brasileira tem que arcar integralmente com os custos dos remédios domiciliares prescritos pelo médico. Esso gera um impacto no número de internações potencialmente evitáveis e no aumento da sinistralidade na saúde suplementar.
De acordo com João Paulo Reis, presidente da Capesesp, o plano de autogestão registrou um aumento de 17,6% no número de internações que poderiam ser evitadas em razão da falta de medicamento domiciliar e da não adesão ao tratamento. São casos de pacientes com doenças gastrointestinais, infeção no rim e trato urinário e doenças cerebrovasculares. “Não é possível gerir uma população sem estratificação de risco e modelagem preditiva. Com base em dados de business intelligence, podemos ajustar o leque de cobertura de assistência farmacêutica para evitar a evolução da sinistralidade”, avalia.
Um exemplo adotado pela empresa é a oferta da coparticipação para a aquisição do Aclasta, medicamento injetável da Novartis utilizado no tratamento de osteoporose. “Só conseguimos evitar o alto número de internações potencialmente evitáveis atuando na adesão ao tratamento com uso correto e contínuo da medicação prescrita pelo médico”, ressalta Reis.
Segundo Luiz Carlos Monteiro, presidente da ePharma, empresa pioneira em gestão de planos de benefícios de medicamentos (PBM), um dos maiores fatores de agravo das doenças crônicas é exatamente em função da baixa adesão ao tratamento por conta dos altos custos da medicação.
Para Monteiro, a partir do momento em que os planos de saúde passam a incorporar a cobertura de medicamentos, abre-se um leque de ações que podem ser adotadas na área de gestão, como a adesão ao tratamento e escape. “Um paciente hipertenso que fica uma semana sem tomar o medicamento pode apresentar uma complicação de saúde após oito dias. Para evitar isso, agora podemos enviar o medicamento em sua residência três dias antes de acabar a dosagem prescrita”, observa.
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