A hipertensão arterial figura como o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares que mais matam no Brasil: infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo dados do Ministério da Saúde, a pressão alta (PA) chega a afetar 30 milhões de brasileiros adultos, em uma proporção de um a cada quatro. Porém, o que já representava uma situação alarmante agrava-se em alta velocidade ao atingir cada vez mais as novas gerações. Estima-se que o número de crianças e adolescentes – entre três e 18 anos de idade – afetados pela doença tenha superado a faixa dos 3 milhões.
Para a presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Dra. Frida L. Plavnik, o aumento exponencial de crianças hipertensas pode ser explicado pelo crescimento da obesidade em todo o mundo. “É importante frisar que o sedentarismo e hábitos alimentares inadequados têm contribuído diretamente para o aumento dos casos de elevação pressórica, principalmente entre o público infantil”, afirma Frida.
De acordo com as recomendações das diretrizes brasileiras e internacionais, a pressão arterial deve ser medida em crianças a partir dos três anos. “Quando não diagnosticada, a hipertensão arterial promove alterações nos chamados órgãos-alvo da doença hipertensiva. Desse modo, a presença de hipertrofia ventricular esquerda durante a adolescência, por exemplo, pode ser um precursor de arritmias e insuficiência cardíaca na idade adulta, entre outras complicações”, reitera.
A médica finaliza reforçando que as preocupações devem se estender a toda a família no que diz respeito à mudança alimentar e de estilo de vida. “Os jovens devem ser estimulados a praticar atividade física e manter-se na faixa de normalidade para o peso, dando preferência a alimentos in natura e evitando o consumo de produtos industrializados, embutidos, junk food etc”, pontua.