Os primeiros-socorros à saúde mental estão se tornando cada vez mais parte da educação em farmácias. E o treinamento dos profissionais para reconhecer pacientes em crise pode ser crítico para salvar vidas, especialmente nesse período de pandemia.
No último mês de julho, a Associação Americana de Faculdades de Farmácia forneceu dados sobre a saúde mental nos Estados Unidos e na Austrália. A entidade também ofereceu insights sobre programas de treinamento de primeiros-socorros em saúde mental para estudantes de farmácia.
De acordo com estatísticas da Universidade Estadual de Washington e da Universidade de Sydney, 85% dos farmacêuticos entrevistados interagiram no trabalho com alguém em risco de suicídio e 16% tiveram seis ou mais dessas interações. Nos Estados Unidos, 22,4% dos farmacêuticos tinham conhecimento de algum paciente que tirou a própria vida e 21,6% sabiam de algum paciente que tenha solicitado uma dose letal de medicamento.
Maior incidência entre homens
Globalmente, 800 mil pessoas morrem por suicídio, sendo uma das dez principais causas de morte em pessoas de 15 a 49 anos. Os dados também mostraram que a maioria das pessoas que morrem por suicídio é do sexo masculino: 69,67% nos Estados Unidos e 75% na Austrália. “Os homens têm muito mais probabilidade de morrer por suicídio, e isso ocorre porque eles usam meios muito mais letais”, explica Anne Kim, professora de farmacoterapia da Universidade de Washington.
O programa de primeiros-socorros foi projetado para ajudar uma pessoa que está desenvolvendo um problema, experimentando o agravamento de uma condição de saúde mental ou em crise. Além do suicídio, as situações incluem ataques de pânico, psicose e depressão.
O plano de ação inclui:
Na Faculdade de Farmácia da Universidade Estadual de Washington, os primeiros-socorros em saúde mental e o treinamento para intervenções suicidas são incorporados aos currículos. Na Austrália, pelo menos um terço das escolas de farmácia oferece cursos relacionados ao assunto.
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