Linha de frente – Como profissionais da linha de frente, os farmacêuticos têm um papel cada vez mais estratégico para conscientizar as comunidades onde atuam sobre questões urgentes de saúde pública. Essa foi um das conclusões mais emblemáticas do workshop da Associação Americana de Saúde Pública, ocorrido em novembro de 2019 nos Estados Unidos, país que abriga 62 mil farmácias e onde 88% da população vive a oito quilômetros de uma drogaria.
“Em média, a frequência de visita dos norte-americanos a uma farmácia é cinco a nove vezes maior que o número de consultas a um médico de cuidados primários. Esse contexto faz do farmacêutico o profissional mais procurado para aconselhamentos de saúde”, ressalta Lisa Koonin, moderadora do evento e diretora da consultoria Health Preparedness Partners.
Outro debate do workshop girou em torno de uma das mais preocupantes crises de saúde pública do país: a dependência de opioides. Uma das convidadas foi Judy Rosser, diretora executiva do Programa de Drogas e Álcool de Blair. Este condado, localizado no estado da Pensilvânia, é o que registra o maior índice de venda de opioides, mas a administração pública local vem trabalhando para reverter esse quadro. Entre as iniciativas estão um programa de monitoramento de medicamentos controlados em tempo real.
Outro projeto mantido pelo condado, intitulado Lifeline, treina farmacêuticos para rastrear e aconselhar pacientes com receita médica de opioides e, se necessário, encaminhá-los para tratamento médico. O programa é viabilizado em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Pittsburgh e a Fundação da Associação Nacional de Redes de Farmácia.
Grandes redes dos Estados Unidos também atuam na conscientização dos pacientes sobre o uso dessa substância. Em 12 estados, a Rite Aid disponibiliza aos farmacêuticos uma ferramenta de análise chamada NarxCare, que ajuda a determinar o risco de overdose de um cliente. Já a CVS está pilotando um sistema para estimular o descarte de opioides em 1.700 pontos de venda.
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