Considerada como uma consequência dos sintomas da artrite reumatoide, a depressão começa a ser vista como um gatilho para a doença reumática em pessoas com predisposição genética. É o que aponta um estudo recente da University of Calgary, no Canadá1. O trabalho lança um novo olhar sobre essa relação, mostrando que a depressão tem efeito direto sobre as citocinas, substâncias que estimulam o processo inflamatório relacionado à artrite reumatoide. O risco ainda seria maior entre as pessoas mais jovens, com até 40 anos.
“Não raro, os primeiros sintomas da artrite reumatoide surgem após o paciente passar por momentos de grande estresse, como luto, divórcio, desemprego ou perdas financeiras”, afirma a reumatologista e professora-doutora Licia Maria Henrique da Mota, orientadora do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Brasília (UnB).
De natureza autoimune, crônica e progressiva, a artrite reumatoide afeta as articulações, provocando rigidez, desgaste ósseo, limitações físicas, dor e fadiga. Em geral, é diagnosticada por volta dos 40 anos2, causando um efeito devastador sobre a vida do paciente, com impacto direto nas atividades diárias, profissionais, familiares e sociais3.
Estudos revelam que a prevalência de transtornos depressivos em portadores da doença varia entre 13% e 47%4,5. Essa grande diferença se deve à variedade de critérios utilizados ou das características da amostra. Os transtornos depressivos nesses pacientes superam a média encontrada na população que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 4,4%. Na América Latina, o Brasil é o país com o maior porcentual de indivíduos diagnosticados com depressão6. Pelos cálculos da OMS, eles representam 5,8% da população, o equivalente a 11 milhões de pessoas.
“Estabelecida a depressão como uma comorbidade da artrite reumatoide, o importante é que os médicos fiquem atentos à saúde mental do paciente, indicando um apoio psicológico, quando necessário”, declara a médica Licia Mota. Esse suporte é muito importante porque o transtorno mental leva o portador da enfermidade a ter baixa adesão ao tratamento e, consequentemente, pior evolução do quadro da doença7.
Terapia inovadora
Estima-se que a artrite reumatoide acometa dois milhões de brasileiros, o equivalente à população de uma cidade como Belo Horizonte, em Minas Gerais8. E esses pacientes podem contar com uma nova opção de tratamento desde 2015, quando a Pfizer trouxe ao Brasil uma nova classe de medicamentos sintéticos para o tratamento da artrite reumatoide. Administrado por via oral, Xeljanz (citrato de tofacitinibe) apresenta um mecanismo inovador que age dentro das células, inibindo a janus quinase (JAK), uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos da enfermidade.
O Xeljanz é o primeiro tratamento oral, não biológico, do tipo MMCD (medicamento modificador do curso da doença reumática), alvo-específico desenvolvido para o tratamento de artrite reumatoide. Ele é indicado para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatoide ativa moderada a grave que apresentaram uma resposta inadequada a um ou mais medicamentos modificadores do curso da doença.
Referências
Fonte: Pfizer