A hipoglicemia é uma complicação iatrogênica frequente, principalmente em pacientes que utilizam insulina, mas também pode ocorrer em usuários de hipoglicemiantes orais, em especial sulfonilureias. Em pacientes com diabetes, a hipoglicemia é definida como todos os episódios de glicemia anormalmente baixa, geralmente abaixo de 70mg/dl, com ou sem sintomas, que expõem o indivíduo a risco. E o que fazer quando o paciente tiver uma crise de hipoglicemia na farmácia? Segundo Cassyano Correr, coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma, para o manejo da hipoglicemia devem ser observados os sintomas do paciente e, preferencialmente, confirmada a condição por teste de glicemia capilar.
“O tratamento em pacientes com nível de consciência preservado consiste na administração de tabletes de glicose via oral ou carboidratos de absorção rápida, tais como suco de frutas com açúcar, refrigerantes, água com açúcar puro, entre outros”, ressalta o coordenador. De acordo com ele, 15 a 20 gramas de carboidratos são normalmente suficientes para elevar a glicose no sangue em uma faixa de segurança, sem indução de hiperglicemia. Para pacientes que perdem a consciência, caso os familiares disponham de um kit para injeção de glucagon (intramuscular ou subcutânea), essa pode ser a alternativa.
“Nos pacientes com hipoglicemia grave, inconscientes, apesar das evidências conflitantes, muitos especialistas recomendam também a aplicação de açúcar diretamente sobre a mucosa oral do paciente, massageando a fim de promover a absorção local”, reitera Correr. A sequência do atendimento deve ser hospitalar e poderá incluir a administração de glicose hipertrônica EV ou glucagon, caso necessário. A resposta ao tratamento geralmente é imediata e as funções cognitivas devem estar completamente restabelecidas após 30-45 minutos da administração de glicose ou glucagon.
Fonte: Correr, CJ; Reis, W.C. Manual 3: diabetes em dia. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016. 164 p.