Efeitos adversos estão associados à morbimortalidade elevada e constituem uma importante causa de internações hospitalares, abandono do tratamento e custos em saúde. “No procedimento padrão da consulta de revisão da medicação, é importante investigar possíveis efeitos adversos dos medicamentos, tanto quanto a adesão ao tratamento”, salienta o prof. Dr. Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma.
Em um estudo norte-americano desenvolvido em nível de cuidados primários com 661 pacientes, evidenciou-se que os sintomas mais comumente ligados a medicamentos foram: problemas gastrointestinais, problemas no sono, problemas sexuais, dor de cabeça, fadiga, tonturas e problemas de equilíbrio, alterações de humor e erupções cutâneas ou prurido. O resultado indicou que a investigação ativa desses sintomas durante a revisão de medicação pode fornecer pistas sobre a possível ocorrência de efeitos adversos.
“Sempre que houver suspeita de um sinal/sintoma relacionado a um medicamento, o farmacêutico deve realizar a correlação temporal com o sintoma e a anamnese detalhada do mesmo”, ressalta Correr. Ou seja, levantar e registrar o que vem a ser chamado de HDA (história da doença atual) ou HQP (história da queixa principal). Para isso, as seguintes características devem ser consideradas: tempo, localização, qualidade, quantidade ou gravidade, ambiente, fatores que agravam ou aliviam e sintomas associados.
* Fonte: Correr, CJ; Reis, W.C. Manual 4: revisão da medicação. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016. 108 p.