Para uma melhor avaliação do tratamento de hipertensão, é fundamental uma aferição correta da pressão arterial. No entanto, o procedimento pode apresentar diversas falhas se não forem seguidos cuidados básicos. Os manômetros aneroides, por exemplo, descalibram-se mais facilmente do que os de mercúrio. Já os aparelhos automáticos devem estar validados de acordo com protocolos específicos.
Basicamente existem três tipos de aparelhos para medir a pressão arterial – coluna de mercúrio, aneroide e digital. “Os aparelhos aneroides, em especial, têm mais chances de descalibrar e, por isso, devem ser avaliados pelo menos a cada seis meses pelos órgãos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ) ou em local designado pelo Inmetro”, esclarece Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma.
Os aparelhos eletrônicos digitais têm sido cada vez mais recomendados pelas sociedades científicas. É importante observar se o equipamento possui selo de aprovação do Inmetro e da Sociedade Brasileira de Cardiologia para uso profissional. “As diretrizes nacionais e internacionais indicam a utilização do equipamento de braço, considerando sua maior confiabilidade”, ressalta o coordenador. Aparelhos de pulso ou dedo não são indicados, mesmo para monitoramento feito pelo próprio paciente em casa.
O manguito adequado para o braço do paciente é outro aspecto importante. Embora a maioria dos fabricantes não siga essas orientações, a largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento, a pelo menos 80%. Os aparelhos de pressão normalmente acompanham o manguito padrão, inadequado para a aferição em crianças ou obesos.
“É altamente recomendável que o profissional disponha de manguitos extras, adequados a várias circunferências de braços. Para o cuidado farmacêutico na farmácia, é importante dispor do manguito tamanho adulto grande (obesos), além do padrão”, finaliza.
Fonte: Correr, CJ; Reis, W.C. Manual 1: hipertensão em dia. 1. ed. atualizada. Curitiba: Ed. Practice, 2016. 104 p.