Com a população mais obesa e sedentária, 90% dos casos de diabetes no mundo são do tipo 2. Somente no Brasil, mais de 14 milhões de pessoas sofrem do mal, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes¹. O que nem todos reconhecem é a periculosidade da doença – pacientes com diabetes tipo 2 têm de duas a quatro vezes mais riscos de óbito por doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. Para entender melhor essa grave realidade, a endocrinologista Dhiãnah Santini enumera quatro conceitos básicos que devem ser assimilados pelos pacientes.
Anos sem dar sinal de vida – Entre os sintomas mais comuns estão a sensação excessiva de fome e sede, vontade de urinar recorrente, ganho de peso ou emagrecimento, dificuldades de cicatrização e visão embaçada, mas nem todos apresentam essas manifestações mais comuns. Portanto, é essencial que pessoas acima do peso ou obesas, com histórico familiar da doença, que levam uma vida sedentária e têm idade igual ou superior aos 45 anos fiquem alertas.
Não tem cura, mas deve ser tratada – Trata-se de uma doença crônica que tem tratamento, mas não pode ser curada. Ao receber o diagnóstico, o paciente com diabetes tipo 2 deve se conscientizar, primeiramente, de que irá conviver com a doença pelo resto da vida. Em seguida, é essencial que ele converse com o médico sobre as melhores possibilidades de tratamento.
Infarto sem dor – Quem sofre de diabetes tipo 2 tem mais predisposição a um infarto assintomático. Pensando nisso, é importante que essas pessoas façam visitas regulares ao médico não só para os exames rotineiros de sangue e urina, que aferem as taxas de glicemia e colesterol, como também para um check-up cardiológico, mesmo que não sinta dores ou qualquer tipo de desconforto. “Em geral, o exame de cateterismo de um diabético apresenta artérias mais tortuosas e com lesões em vários pontos. Sem contar que a doença aumenta a incidência de trombos. Se uma artéria que leva ao coração é bloqueada, sem suprimento de sangue, o infarto é inevitável”, esclarece.
Coração sobrecarregado – Sem controle, o diabetes ainda sobrecarrega o coração, fazendo com que ele se esforce muito mais para exercer suas contrações. A própria resistência à ação da insulina dificulta o uso da glicose como fonte de energia para o músculo cardíaco. O paciente pode apresentar então a cardiopatia diabética, quadro que faz com que o órgão fique em estado de insuficiência, sem bombear sangue da maneira esperada para o organismo.
* Fontes: Boehringer Ingelheim e Eli Lilly and Company
¹http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/atlas-idf-2015.pdf